domingo, 27 de janeiro de 2013

Escrevendo na areia

Só se pode escrever na areia porque existe ali as ondas, que limpam tudo que um dia houve, e prepararam a superfície para que você tivesse essa oportunidade... Então qual o sentido de se apegar ao que foi escrito, se magoar com o efêmero, se ele mesmo é o que da sentido a tudo?

Viver é também assim, escrevemos nossa própria estória e memórias na área de nós mesmos, a chave e a beleza desse sistema está no desapego, nos detalhes que brilham intensamente no escuro do vazio, e que compõem a tela com maior beleza pelo contraste que fazem com o fundo negro.

Tudo que já foi escrito, todas as pegadas que um dia estiveram ali, contribuíram delicadamente pra tornar a praia no que ela hoje é, mas as ondas não deixam de quebrar por saudade, a chuva não deixa de cair pra conservar as marcas de alegrias que passaram e seguiram... a natureza, o universo e a vida simplesmente seguem, alheios e ao mesmo tempo completamente modificados.

Somos apenas pequenas engrenagens nesse grande mecanismo cósmico, menores que os grãos de areia que se moldam sob nossos dedos, sendo assim, a melhor forma de existir é aceitar esse papel que nos é dado e caminhar... chorar nossas dores, sorrir nossas alegrias e deixar que tudo isso um dia parta.

As coisas boas passam, assim, sem aviso, sem lógica e sem respeitar qualquer senso de justiça, mas você somente pôde vive-las porque suas dores de antes se dissiparam abrindo espaço... Ciclo.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Resumo

Ele teve medo,
Ela pediu confiança.

Ele tentou fugir,
Ela tomou um avião.

Ele não quis se entregar,
Ela o conquistou por completo.

Ele fechou os olhos,
Ela se perfumou.

Ele ficou doente,
Ela cuidou.

Ele errou,
Ela perdoou.

Ele sorriu,
Ela aplaudiu.

...

Ele amou,
Ela partiu!