quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Autonomia da destruição

Embriago meus olhos e vejo tudo tão claro! Então porque? Porque o mundo é preto e branco quando acordo?
Alguém me roubou a alma? Ou a validade se foi como a dos enlatados?
Dirijo sozinho na noite e tomo o rumo da estrada que se infinita à frente e me recebe como um abraço de mãe. A minha casa é assim, sem nexo, sem teto, sem nada, em uma estrada silenciosa ao som dos meus suspiros de saudade.
Sinto que tomarei o próximo retorno, que mais um vez vou abrir mão de mim, me lançar no labirinto de comodidades pontiagudas, sem tréguas, sem trilhas...
O labirinto de viver assim, consciente do erro, buscando a coragem para seguir meus instintos, pra ser autêntico como quem chora por saber o que quer.
Fingindo que estou aqui por dinheiro. só pra me encaixar, adaptar, sobreviver, sobrescrever, me apagar...
Sistema gélido e opaco... pobre de mim.
Os medíocres já dominaram tudo, o mundo e o poder de criar regras, eu olho e vejo, quieto espero o infinito acabar nas minhas mãos.
Ver e não agir, sabendo indiscutivelmente que esperar não é saber... e esperar calado.
O menino que definha dia a dia, já não é eterno, já não pode voar e mudar o mundo.
Criptonita de mediocridade, solidão de si mesmo que sufoca como o vácuo de alma.
Falta do que dizer por não mais perceber o mundo, areia movediça de cinza.... Cinzas de autenticidade que se dispersam ao vento do tempo.
Dissipo-me.
O inferno já não são os outros. Eu sou.